sexta-feira, 12 de março de 2010

Rumos.



Os problemas lhe tornaram uma pessoa fria. Calculista. Quando se vira para trás, a sombra do passado aparece transbordando rios de decepção. Toda manhã, quando abre os olhos, a caixa das lembranças de uma vida já alegre o invade, porém ela se fecha como ele também. A realidade se torna um caos em sua mente e se dá conta de que a pessoa que o fazia sorrir no passado já não está mais presente. O branco se torna preto. Sorrisos convertem-se em lágrimas já não limpadas pelo polegar macio que lhe dava arrepios. O brilho de ontem transforma-se na escuridão de hoje. Só a educação o faz falar, o que queria mesmo era ouvi-la mais uma vez e guardar suas palavras no silêncio de sua alma. Já não há mais distrações que quebrem sua exaustiva rotina.
Trabalho. Metrô. Casa. Cama. Esse era seu trajeto. Porém, a estrada da vida que lhe dava vontade de seguir era a felicidade. O único caminho que o unia a sua metade. Estava incompleto. Despedaçado. E não havia nada que mudasse seus pensamentos. Repousava seu corpo na cama todas as noites. Pensava em tudo o que já tinha pensado de manhã. E assim se sucediam os dias... Aqueles malditos pesos que se arrastavam e quase nunca cruzavam a linha do passado para finalmente pertencer a ele. Pensava em como era feliz e não sabia. Em como se preocupara com problemas banais quando se tinha um enorme agora.... Esse sempre foi seu problema. Olhar excessivamente para os problemas mínimos e esquecer de sua alegria. Atualmente, a alegria se fora e os reais problemas vieram.

* Olhe para frente, não se importe com os lados. Se, por um momento, sua atenção desviar-se do foco, deixará escapar o que mais lhe importa.

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